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Carnaval de Ouro Preto: comerciantes e ambulantes se preparam para aproveitar o movimento da festa

Carlos Daniel e Vitória Lana

Os comerciantes e vendedores ambulantes de Ouro Preto aguardam o Carnaval de 2025 com diferentes expectativas.


#ParaTodosVerem: A imagem mostra uma praça parcialmente vazia do lado esquerdo e do lado direito mostra uma praça lotada, com detalhes escritos na cor marrom e branco.
Praça Tiradentes, onde acontece o maior fluxo de pessoas no carnaval de Ouro Preto | Foto: Vitória Lana

O Carnaval de Ouro Preto, que terá início no dia 27 de fevereiro e vai até 4 de março de 2025, é um dos maiores eventos da região, atraindo turistas de todo o Brasil e do mundo. A edição deste ano contará com 61 blocos de rua confirmados na programação, oferecendo cultura e tradição local. Segundo Felipe Xavier, diretor de interlocução dos órgãos turísticos de Ouro Preto, a expectativa é que a cidade receba cerca de 70 mil foliões. Para os comerciantes de bebidas e comidas, esse período se tornou uma chance de alavancar vendas, movimentando o comércio e garantindo uma estabilidade financeira.


Miltes Barbosa é empreendedora no ramo de culinária e bares na cidade há 28 anos. Ela tem um restaurante que leva seu próprio nome, no bairro Antônio Dias, e conta que o período em que mais lucra é no feriado de carnaval. “O Carnaval é o período mais rentável, seguido pelo Festival de Inverno. Por trazer muitos turistas, o fluxo é bem mais intenso, gerando mais vendas”, afirma a empresária. Apesar disso, Miltes reclama que o carnaval da cidade já foi maior e “perdeu parte do seu brilho” devido à queda do fluxo de turistas na região, impactando as suas expectativas de lucro para este ano.


No entanto, nem todos os comércios compartilham da mesma visão otimista. Roberto José, gerente e garçom do restaurante Jacubas, que também está localizado no bairro Antônio Dias, trabalha há mais de 20 anos no comércio e conta que o carnaval não tem tanto impacto para o restaurante, pois atualmente os foliões preferem fazer as refeições pela rua.


Fabiana de Cássia é vendedora ambulante há 15 anos em Ouro Preto e, para este Carnaval, não tem grandes expectativas de aumento nas vendas. Pelo contrário, Fabiana acredita que o movimento será bem abaixo do esperado. Ela conta que, após dois anos trabalhando como ambulante, o movimento era tão bom que conseguiu comprar um carro com o dinheiro arrecadado. Atualmente, ela afirma que os valores recebidos trazem uma pequena estabilidade de renda. “Com esse dinheiro eu me garanto por uns três meses”, diz a vendedora.


Ela reclama que, neste ano, a programação aberta ao público é pouco atrativa para turistas, e que isso impactará diretamente a sua margem de lucro. Sem grandes expectativas, ela menciona que o carnaval em Ouro Preto “não teve divulgação e não tem uma banda de peso”, reforçando o impacto do feriado para o comércio informal.


Os desafios para os vendedores ambulantes


Durante o Carnaval de Ouro Preto, os ambulantes enfrentam desafios como o transporte de material e a organização de estoque. As ruas lotadas de foliões dificultam a locomoção, exigindo mais esforço físico de quem carrega as mercadorias. Além disso, a falta de espaço para o armazenamento dos estoques dificulta ainda mais a logística. “O grande desafio é dividir os espaços com vários ambulantes e barraqueiros, incluindo os comerciantes que já tem seu comércio fluído”, diz Diva Silva, vendedora ambulante. 


Para trabalhar legalmente e garantir a segurança e qualidade dos produtos, é necessário que os vendedores de rua paguem uma taxa de R$ 123,88 para obter a licença que autoriza o uso do espaço público. 


Diva Silva é vendedora ambulante desde 2004 e nos primeiros anos trabalhava nas barracas, com a venda de comidas e bebidas. No entanto, a vigilância sanitária passou a restringir alguns dos alimentos que mais geravam lucro para ela, como macarrão na chapa e tropeiro. Esse corte foi devido à falta de torneiras e tanques nas barracas, que asseguram a higiene adequada. Atualmente, Diva deixou de trabalhar com barracas e se concentra somente na venda de bebidas. Ela explica que, embora ainda seja um trabalho produtivo, “é muito cansativo e tiraram muitas opções de alimentação que nos deram muitos lucros, aí fica difícil.”



#ParaTodosVerem: Uma mulher de pele escura, com cabelos curtos, usa uma blusa preta. Ela está posicionada atrás de um cooler laranja vibrante, com um design simples. Em suas mãos, ela segura uma lata de cerveja, olhando para a frente com um sorriso discreto.
Diva Silva, vendedora ambulante a mais de 20 anos. | Foto: Acervo pessoal Diva Silva

O impacto econômico na cidade 


Chrystian Mendes, professor de economia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), diz que o efeito econômico do carnaval na cidade de Ouro Preto é de extrema importância. “O carnaval afeta não somente nas alimentações e bebidas, mas também no setor hoteleiro. Ele pode chegar a movimentar quase 50 milhões de reais para população ouro-pretana”, afirma o economista.


Na percepção do professor, as taxas de licenciamento acabam pesando um pouco nos bolsos dos vendedores ambulantes, mas é necessário para que todos possam trabalhar da melhor maneira.


Carlos Eduardo Gama, também professor de economia na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), acredita que o carnaval é importante para a estabilidade econômica, pois “é uma data com vários fluxos de turistas, que ajuda a sustentar o setor turístico nas épocas de baixas demandas.” Gama ressalta a importância da movimentação do turismo para a economia ao longo do ano. Segundo ele, essas épocas garantem empregos temporários e fortalecem a economia local, gerando uma fonte de renda importante para vários setores.




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