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CRA LGBT + e Semana da Visibilidade Trans reforçam o chamado por respeito, políticas públicas e inclusão

Janine Xavier e Maria Julia Moura

Iniciativas fortalecem os direitos da comunidade na região.


#ParaTodosVerem: Imagem de um painel com diversos cartazes sobre o orgulho LGBTQIAPN+, colados lado a lado. No centro, há um cartaz azul e rosa com a frase "Visibilidade Trans" e um coração azul, rosa e branco. À direita, um cartaz rosa mostra uma idosa sorridente segurando uma bandeira LGBTQIAPN+, com os dizeres "Não existe idade para ser feliz". Ao lado, um cartaz com a fachada de uma casa azul exibe a frase "Orgulho CRA LGBT+". Os cartazes têm cores vibrantes e trazem mensagens de inclusão e respeito.
O Disque 100 é um dos canais de denúncia de crimes de transfobia | Foto: Janine Xavier

Para oferecer suporte e garantir direitos à comunidade trans, Ouro Preto conta com o Centro de Referência e Atendimento LGBT+ (CRA LGBT+), um espaço que presta assistência jurídica, pedagógica, médica, psicológica e social à comunidade LGBTQIA +. Além de defender direitos, o centro atua como ponto de acolhimento, oferecendo apoio diante da violência e da exclusão social.


Nos últimos anos, a cidade tem avançado em políticas públicas voltadas para a comunidade LGBTQIA +, com eventos que promovem conscientização sobre diversidade e inclusão. Um exemplo disso é a realização da I Semana da Visibilidade Trans, em 2023, que promoveu debates fundamentais sobre os direitos de pessoas trans. A II Semana da Visibilidade Trans, que aconteceu entre os dias 28 de janeiro e 6 de fevereiro, reforçou a importância desse evento como um espaço de diálogo, fortalecimento da comunidade e combate à desinformação.


#ParaTodosVerem: Imagem de um grupo de 17 pessoas reunidas para uma foto em frente a um mural repleto de cartazes com mensagens sobre orgulho, diversidade e inclusão LGBTQIAPN+. O grupo é diverso, com pessoas de diferentes idades, gêneros e estilos, todas sorrindo para a câmera. Algumas vestem camisetas com símbolos da comunidade LGBTQIAPN+, enquanto outras usam roupas casuais. O mural ao fundo tem cores vibrantes e frases como "Visibilidade Trans", "Orgulho CRA LGBT+" e "Celebre o amor todos os dias"
A segunda edição do encontro promoveu debates sobre direitos legais da comunidade | Foto: Janine Xavier

A coordenadora do CRA LGBT+, Iolanda Basílio, enfatiza a importância da permanência de ações como as rodas de conversa com familiares e o Cine LGBT+, que, após serem realizados na primeira edição do evento, passaram a integrar a programação mensal do centro.

 “A gente começou, deu o pontapé inicial para a roda de conversa com pais, familiares e amigos de pessoas LGBT+. O que era para ser um dia dentro da I Semana da Visibilidade, acabou se tornando uma coisa mensal dentro do programa, dentro do equipamento. Então a gente vem fazendo isso há um ano e tem dado muito certo.” 



#ParaTodosVerem: Imagem de um grupo de pessoas reunidas em uma roda de conversa dentro de uma sala iluminada. Algumas pessoas estão sentadas em cadeiras de plástico, enquanto outras estão em um sofá azul. Ao centro, há uma mesa com comidas, refrigerantes, café e copos descartáveis. No fundo da sala, há uma estante com livros e jogos de tabuleiro. Uma jovem de camiseta preta com listras coloridas fala enquanto os demais participantes ouvem atentamente.
Rodas de conversas auxiliam na conscientização sobre os desafios e as oportunidades para a comunidade trans | Foto: Janine Xavier

A II Semana de Visibilidade Trans iniciou com o “Clube do livro: ler com orgulho” e uma roda de conversa sobre o livro "Félix para sempre", de Kacen Callender, lançado em 2021. Durante a conversa, Danielly Santos, assistente administrativa da Prefeitura de Mariana, destacou que iniciativas como essa promovem mais informação e respeito, tanto dentro quanto fora da comunidade.


 

“Eu acho importante ter sempre esses eventos, para conscientizar a população, seja no setor da saúde, seja na educação, em todos os setores. Porque o que a gente precisa mesmo é de respeito, de ser acolhido, de ser bem tratado. É o direito de todos.” 

 

Segundo Iolanda, mais de 700 pessoas participaram dos eventos realizados em 2024, 581 atendimentos foram feitos pelo Centro e nove retificações de documentos foram concluídas. Lorrãn Vitor, estudante de turismo na Universidade Federal de Ouro Preto, foi uma das pessoas que recebeu o auxílio do CRA para realizar a retificação. 

“O cartório não queria reconhecer a gratuidade e existe uma lei em Minas que garante a gratuidade da identificação, mas o cartório não queria reconhecer. O pessoal aqui do CRA, eles trabalharam para fazer tudo isso acontecer e foi muito importante para mim a ação deles, porque me garantiu um espaço de cidadania. Como estudante de turismo, eu estou fazendo o meu TCC agora e eu estou trabalhando a ideia do espaço de memória. Eu acredito que o CRA se tornou um patrimônio LGBT dentro da cidade, porque, como defende Mário Chagas [Museólogo, poeta e professor, especialista em museologia social e patrimônio cultural], os espaços de memória são construídos pelas pessoas, e não apenas por objetos antigos, artefatos e similares."


Políticas públicas e desafios


O Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro, foi criado em 2004 após lideranças do movimento transexual e travesti se reunirem no Congresso Nacional, em Brasília, para o lançamento da campanha “Travesti e Respeito”. Visando destacar a luta por direitos e inclusão das pessoas transgêneras na sociedade, o movimento estabeleceu essa data como uma oportunidade para reflexão, celebração e conscientização. 

Ainda há barreiras significativas a serem superadas, apesar de avanços conquistados nos últimos anos para a comunidade Trans. Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu o direito das pessoas trans de alterarem seu nome e gênero nos documentos oficiais sem a necessidade de cirurgia de redesignação sexual ou laudos médicos, garantindo maior dignidade e autonomia. Além disso, legislações municipais e estaduais vêm sendo aprovadas para assegurar o direito ao uso do nome social em espaços públicos e privados. 


Porém, a inclusão no mercado de trabalho continua sendo um obstáculo. Apenas uma pequena parcela de pessoas trans ocupa posições formais de emprego, reflexo do preconceito e da falta de acesso a oportunidades educacionais. 


Para Liana Paula, pedagoga formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e coordenadora do Setor de Promoção à Diversidade da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania da Prefeitura de Mariana, é necessário uma equidade de oportunidades, para que pessoas trans possam finalizar sua formação e ingressar no mercado de trabalho.


“A gente sabe que hoje a maioria das pessoas trans se encontram na vulnerabilidade social. Como a Antra nos traz, 90% estão nos leitos da prostituição, que infelizmente é o único espaço que na maioria das vezes nos é dado. A partir do momento que criamos leis de cotas, proporcionamos essa inclusão e, principalmente, a equidade de oportunidades para que essas pessoas possam ingressar e finalizar sua faixa de escolaridade”.


Algumas medidas legislativas têm sido propostas para ampliar a inserção da população trans e travesti no mercado de trabalho. No Brasil, segundo levantamento feito em 2023 pela revista Gênero e Número, naquele momento havia 15 projetos de lei em tramitação que previam a reserva de vagas para essa população: sete em capitais, quatro em Assembleias Legislativas Estaduais e no Distrito Federal, e outros quatro no âmbito federal. No município de Mariana (MG), a Lei Nº 3.578, publicada em 2022, estabelece a reserva de 3% das vagas em empresas que prestam serviço para o poder público.


Ações em Ouro Preto e Mariana


#ParaTodosVerem: Foto de uma mão segurando um panfleto branco com a logo do "Centro de Referência e Acolhimento LGBT+ de Ouro Preto". O texto do panfleto convida as pessoas a conhecerem o centro. Na parte inferior, há um design de arco-íris. Ao fundo, pôsteres coloridos decoram a parede, incluindo ilustrações de figuras sorridentes de mãos dadas, corações e elementos gráficos em tons do arco-íris.
O espaço oferece acolhimento para toda a comunidade LGBT+ da região | Foto: Janine Xavier

Em Ouro Preto, toda segunda quinta-feira do mês, acontece o Cine LGBT, e toda última terça-feira do mês, ocorre uma roda de conversa com familiares e amigos. Já em Mariana, a partir de parceria firmada entre a prefeitura e o CRA LGBT +, agora estão disponíveis atendimentos online para a população marianense. 


Para entrar em contato com o CRA LGBT+, obter mais informações ou tirar dúvidas, você pode acessar os seguintes canais:

Instagram: @cralgbt 

WhatsApp: (31) 98502-2886 

Endereço: Rua Barão de Ouro Branco, nº 82, Antônio Dias, Ouro Preto.



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