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Brian Rodrigues e Gabriela Cotta

Projeto Reciclarte: Inovação e Sustentabilidade

Iniciativa busca conscientizar sobre a reciclagem e a importância do descarte correto de plásticos em Ouro Preto e região


Foto: Gabriela Cotta

Transformar recicláveis em arte. Esta é a proposta de um projeto itinerante que  promove uma nova percepção sobre o que muitas vezes é considerado lixo: o Reciclarte. Através da criatividade, a iniciativa busca inspirar comunidades a ver valor nos materiais descartados, incentivando a inovação e a responsabilidade ambiental. Entre os dias 18 e 24 de setembro, o centro de convenções UFOP, em Ouro Preto, foi o local escolhido para amplificar a relação entre reciclagem, arte e educação ambiental. 


A ação promovida pela Norte Marketing, empresa de publicidade e propaganda da cidade de São Paulo, surgiu da necessidade de encontrar uma solução para os plásticos descartados de forma incorreta, que permanecem na natureza e se degradam em microplásticos. Esses resíduos contaminam a terra, a água e o ar. Estudo realizado por cientistas do Departamento de Biologia da Universidade de Victoria, no Canadá, aponta que os seres humanos consomem entre 39 mil e 52 mil partículas de microplástico anualmente. Quando consideramos a inalação resultante da poluição do ar, esse total pode aumentar para uma faixa de 74 mil a 121 mil. Isso evidencia a necessidade urgente de ações para eliminar esses materiais do nosso ambiente.


O projeto Reciclarte é itinerante, já ocorreu em algumas cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Desterro de Entre Rios e Congonhas. É apoiado pela Lei Rouanet e conta com o patrocínio da mineradora J. Mendes.


Natália Branco, educadora do Reciclarte, explica: "As pessoas costumam confundir. Elas trazem as tampinhas achando que somos um ponto de coleta, mas não somos. Na verdade, é como um museu, uma exposição interativa, onde você pode participar e descobrir como tudo funciona".


A equipe do Jornal Lampião visitou a exposição e conversou com Carol Sanches, Staff da equipe do projeto, que explicou como funcionam as fases, desde a coleta das tampinhas até a criação das obras de arte. Carol destacou que em Ouro Preto, Mariana e região, a coleta de resíduos ainda não é muito eficiente. "Por isso, precisamos estar atentos e provocar essa discussão, que é o intuito do projeto. Queremos mostrar que é possível transformar o lixo que polui em materiais com longa durabilidade e diversas utilidades, até mesmo arte".


Foto: Gabriela Cotta
Foto: Gabriela Cotta
Foto: Brian Rodrigues

"O processo de coleta, separação e triagem é a primeira etapa. No caso deste projeto, trabalhamos apenas com tampinhas, mas de diversos tipos. O ideal seria que elas fossem separadas por cores para serem transformadas em arte." 

Foto: Brian Rodrigues
Foto: Gabriela Cotta
Foto: Brian Rodrigues
"A segunda etapa, e uma das possibilidades do que pode ser feito com esse material triturado, é o processo de forno e prensa, que transforma esse plástico triturado em madeira plástica. A madeira plástica substitui a madeira tradicional. Temos várias peças aqui que demonstram sua resistência, além das diversas possibilidades de cores." 

Foto: Gabriela Cotta
Foto: Gabriela Cotta
"Outra possibilidade é o processo com a máquina injetora, que injeta o material triturado e aquecido dentro dos moldes, oferecendo infinitas possibilidades. Podemos até compará-la a uma pistola de cola quente: ela tem um bico, do qual o material derretido sai durante o processo." 

Foto: Gabriela Cotta
Foto: Gabriela Cotta
Foto: Brian Rodrigues
"Outra possibilidade é com a máquina extrusora. O plástico é inserido, passando por um processo a 210ºC. Como o plástico sai em contato direto com o ar e não é injetado em nenhum lugar, a ponta da máquina é aquecida a 240ºC. Assim, escolhe-se um bico adequado para o tipo de arte, permitindo modelar de acordo com a criatividade." 

Foto: Gabriela Cotta

A arte da reciclagem



A importância da educação ambiental: transformando consciência em ação

A educação ambiental desempenha um papel fundamental na construção de uma mentalidade sustentável em Ouro Preto. Segundo Pedro Lisboa, diretor de qualidade ambiental na Secretaria Municipal de Educação, ela ajuda a aumentar a conscientização sobre os desafios ambientais e estimula mudanças de comportamento que afetam diretamente a preservação do meio ambiente. Além disso, ao aprofundar o entendimento dos ciclos naturais e das consequências do consumo excessivo, promove a reflexão sobre ações individuais e coletivas.


Ela também contribui para a formação de cidadãos mais responsáveis e engajados. Ao envolver a comunidade em práticas sustentáveis, como a reciclagem e a conservação dos recursos naturais, a educação ambiental transforma a relação das pessoas com o meio ambiente. 


É nesse sentido que Pedro destaca a importância da chegada do Projeto Reciclarte na cidade de Ouro Preto: “Espera-se que projetos deste tipo tenham o potencial de criar uma transformação cultural na maneira como a comunidade enxerga seus resíduos e o meio ambiente, gerando um ciclo positivo de conscientização e ação”.


Ele enfatiza que iniciativas desse tipo podem sensibilizar e educar as pessoas, incentivar mudanças de comportamento, fortalecer a identidade coletiva e a participação social, ampliar as discussões sobre questões ambientais e promover soluções criativas para problemas relacionados ao meio ambiente. O diretor de qualidade ambiental acredita que projetos como o Reciclarte têm o potencial de transformar culturalmente a percepção da comunidade sobre resíduos e meio ambiente, gerando um ciclo positivo de conscientização e ação.


Gabriella Veloso, professora da Escola Estadual Dom Pedro ll, reforça essa ideia. "Ao conhecerem a importância da reciclagem, os estudantes podem pensar criticamente sobre o impacto ambiental do material plástico e terem consciência de que existem maneiras para diminuir esse impacto". Dessa forma, seria possível criar um senso de pertencimento e responsabilidade coletiva.




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