Longe dos centros e com atendimento improvisado, a comunidade enfrenta os desafios de uma estrutura inadequada
Pedras, subdistrito de Mariana, é composto por cerca de 50 famílias. A pequena comunidade carece de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e os atendimentos são feitos na escola desativada do distrito, um prédio antigo, de estrutura comprometida e inapropriado para o exercício pleno dos serviços médicos. A antiga UBS foi desmanchada por falta de manutenção e precariedade da infraestrutura.
Em novembro de 2015, Pedras foi atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, sob responsabilidade das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton. Os rejeitos invadiram o distrito e destruíram sete casas, além de um campo de futebol, onde a comunidade costumava se encontrar aos finais de semana. Marlene Martins, dona de casa e ex-moradora do subdistrito, fala que o acesso à saúde também foi prejudicado. “Acabou tudo depois do rompimento da barragem”, afirma.
O atendimento é feito todas as segundas-feiras. O médico vai até ao subdistrito acompanhado de uma técnica em enfermagem e de alguns medicamentos básicos. Numa pequena sala de paredes finas, característica que dificulta o sigilo médico, o doutor Pedro se vira como pode para atender as demandas da comunidade.

Alguns moradores da região se queixam da frequência do atendimento. A visita semanal da equipe força a comunidade a buscar, por conta própria, atendimento em Águas Claras ou em Mariana, cuja distância de Pedras soma 57 quilômetros. A falta de medicamentos também é motivo de reclamação. Nem sempre os remédios essenciais, como os de controle da hipertensão e insulina, chegam até Pedras, o que também obriga os moradores a procurá-los nas regiões vizinhas.
Em nosso podcast, conversamos com moradores de Pedras e com membros da equipe médica que atende a comunidade.
O episódio está disponível na íntegra no Spotify, no perfil do Lampião.
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